O treinador do Zenit falou do momento que mudou o jogo, do comportamento dos adeptos do Zenit nas bancadas e terminou dizendo que se vai encontrar com os dirigentes do clube antes de ir de férias.
— Como avalia o jogo de hoje?
— Jogamos bem na primeira parte e fizemos as coisas bem em campo. Penso que nessa altura merecemos o golo que marcamos e pelo menos mais um. Depois infelizmente um erro matou o nosso jogo e perdemos o entusiasmo que tivemos até aí. Além disso quando chegamos aos balneários e soubemos o resultado do jogo em Madrid isso levou a que acontecesse aquilo que uma grande equipa nunca permitiria que acontecesse.
— O Zenit estabeleceu um novo recorde hoje. Nenhuma equipa antes se tinha apurado com apenas 6 pontos. O que te parece isso?
— Este grupo foi bastante equilibrado. O Atlético mostrou a sua força desde o inicio e assegurou o primeiro lugar. Vendo o jogo de hoje pode-se dizer que o Áustria foi a equipa que mais mereceu o apuramento das outras 3 equipas
— Na primeira pergunta falou sobre um episódio que matou o jogo. Qual foi esse episódio e o que pode dizer aos adeptos que mais uma vez meteram os seus interesses acima dos interesses do clube? Tem alguma coisa a dizer a esses adeptos que dizem ser os que estão com a equipa?
— Respondendo à primeira parte da pergunta, eu falava sobre o primeiro golo que sofremos mesmo no fim da primeira parte. O jogo esteve parado durante 5 minutos após os problemas na bancada e perto do nosso banco estava o delegado da UEFA que afirmou que se os problemas continuassem e jogo poderia ser dado como terminado. Infelizmente esta não é a primeira vez que algo assim acontece connosco, que o resultado de um jogo fica em aberto e o jogo é cancelado, mesmo quando estamos em vantagem. Na Liga Russa perdemos vários pontos devido ao comportamento dos adeptos e numa das situações esses foram os pontos que acabaram por faltar para ganhar o campeonato. O papel dos adeptos é muito importante. Com regularidade o seu apoio dá-nos um incentivo extra, ajuda-nos a superar as dificuldades durante o jogo. O seu papel também é importante porque quem está no estádio vê muito mais do que quem está a ver pela TV. Mas se os nossos adeptos organizam-se para criar incidentes e se tornam assim nossos inimigos, então será melhor que fiquem em casa e que não venham. Aqueles que vão ao estádio para criar problemas, independentemente de serem adeptos do Zenit ou de outro clube são nossos inimigos e não os queremos ver.
— Parabéns por ter passado à próxima fase da prova. Qual dos 6 jogos considera que foi o mais importante?
— Em primeiro lugar é difícil aceitar felicitações depois de um jogo deste. Disse várias vezes que para mim a forma como jogamos é mais importante que o resultado. Mas tendo de escolher um jogo, diria que a nossa vitória no Porto acabou por ser crucial.
— Antes de começar as competições europeias disse que a equipa ia dar um passo em frente comparativamente com os anos anteriores. Por que razão isso não aconteceu e o final desta primeira parte da época vai força-lo a tomar decisões?
—Era muito importante para nós passar este grupo e conseguimo-lo. O facto da equipa não ter conseguido jogar ao nível desejado é outra história. E nisso eu sinto-me o principal culpado. Antes de ir de férias vou ter um encontro com a direcção do clube e vamos fazer uma analise profunda em conjunto. E penso que a análise vai cobrir as decisões sobre a equipa e sobre mim. As únicas pessoas intocáveis são os nossos presidentes. Penso que a agenda do nosso encontro vai ter mais do que um ponto muito importante.